5 para a meia noite – uma revolução no humor


A RTP 2 apostou recentemente num programa com um novo formato televisivo. O 5 para a meia-noite pode ser visto de segunda a sexta-feira e o horário não é preciso anunciar.

Distingue-se de outros programas por ter cinco apresentadores, um para cada dia da semana, todos eles nomes sonantes no panorama do humor e da televisão nacional. Filomena Cautela inicia a semana e a ela segue-se Fernando Alvim, às terças-feiras. A meio da semana chega Nilton e a sua rubrica “Eu amo você”. Pedro Fernandes é o apresentador das quintas-feiras e, para fechar igualmente bem a semana, a sexta-feira é o dia de Luís Filipe Borges.

Num cenário descontraído, divertido e acolhedor, todos os dias, os apresentadores levam ao programa convidados, onde a conversa animada é acompanhada de vários sketchs e outros momentos de humor, proporcionados pelos "actores de serviço".

No início de cada semana, é lançado um novo verbo, que servirá de temática aos programas. De “mexericar”, passando por “aperalvilhar” ou mesmo “lucubrar” e "vampirizar", são muitos os verbos bem originais que vão surgindo.

Quando se fala no 5 para a meia-noite, não se pode deixar de falar também de Dona Helena, a empregada de limpeza do programa, conhecida pelas diversas aparições no 5, por vezes a dar com uma garrafa de água de litro e meio em António Raminhos e a declamar a sua mais conhecida frase "Alevanta-te Ca****". Actualmente, já tem uma legião de fãs, que até lhe criou um twitter (http://twitter.com/donahelena).

O 5 para a meia-noite é um programa bastante interactivo. No seu site (http://ww1.rtp.pt/blogs/programas/5meianoite/), cada um dos cinco apresentadores tem um blog, onde publica regularmente desde vídeos, a fotos e outras novidades. Há ainda um chat, sempre muito concorrido, que abre todas as noites, um pouco antes do início do programa.

O 5 para a meia-noite está também presente no twitter, onde os cinco apresentadores comunicam com os fãs, convidam-nos para assistirem ao programa, lançam os desafios, pedem perguntas para os convidados, etc.

Para além da emissão televisiva, no site do 5 para a meia-noite há também a hipótese de assistir ao programa através da webcam que se encontra no estúdio.

Apesar de ter poucos meses, o 5 para a meia-noite tem já muitos fãs, prova disso é o blog que um grupo de jovens criou (http://5meianoitefanclub.blogspot.com/), e já se revela um sucesso. O público presente nos directos é outra das marcas desse sucesso. Na última sexta-feira, estiveram a assistir no pequeno estúdio mais de 50 pessoas.


Texto de: Inês Moreira Santos
Fotos de: Inês Moreira Santos e Isabel Cunha

Fotografia - Micael Santos Dourado

Tem apenas 18 anos, vem de Grândola e é já uma promessa da fotografia nacional.

Quando é que surgiu a paixão pela fotografia?
Desde que me lembro que fotografo. Sempre andei com a máquina do meu pai atrás e sempre tentei fotografar todos os pormenores que achava interessantes.

Recordas-te com que idade tiraste a primeira fotografia?
Não faço a mínima ideia, mas lembro-me de ter talvez uns oito anos e andar a fotografar momentos com os meus pais.

De onde surge a inspiração? Quais são as tuas influências?
A minha inspiração surge, especialmente, quando folheio revistas do género da Vogue ou da Elle. Inspiram-me imenso, porque sonho vir a trabalhar nelas.

O teu trabalho debruça-se, em grande medida, sobre fotografia de moda. Porquê esta preferência?
A fotografia de moda é o género fotográfico com que mais me identifico. Adoro fotografar modelos, alta-costura. De alguma forma, sinto que pertenço a esse mundo.

O que é, para ti, uma boa fotografia de moda?
Para mim, uma boa fotografia de moda é aquela em que podemos observar pequenos detalhes, aquela em que a modelo nos consiga transmitir algo com o olhar e, claro, que se veja bem a criação do designer.

O olhar e o corpo são dois aspectos muito trabalhados por ti. Quais são as razões desta incidência?
Para que a fotografia resulte da melhor forma possível, a modelo tem de ter um olhar expressivo e uma pose que "grite" moda, daí dar muita importância a esses dois aspectos.

Quais são os critérios de escolha dos modelos?
Como ainda não trabalho profissionalmente, não tenho grandes critérios de escolha, mas creio que os normais são talvez a beleza, um corpo trabalhado e a expressividade.

És leitor assíduo de revistas de moda?
Por vezes, compro apenas para ver as fotografias, mas não é algo que faça com regularidade.

Trabalhar sobre moda faz-te ter mais vontade de comprar roupa e de ficar atento às tendências?
Não sou muito de seguir tendências nem de ir às compras. Há alturas em que dou um olhinho ao que se está a passar no que diz respeito à moda.

Se tivesses a oportunidade de escolher um(a) modelo com quem ambicionas trabalhar, quem escolherias e porquê?
Tyra Banks, sem dúvida. É uma modelo muito conceituada, porta uma beleza enorme, percebe perfeitamente o que é ser modelo e o que é esperado dela. É das minhas modelos favoritas.

Qual foi o trabalho mais difícil que já fizeste? E aquele de que mais gostaste?
O mais difícil foi, provavelmente, quando fotografei uma modelo dentro de água, à noite. Era pleno Inverno e ela não parava de tremer. Isso, a juntar à falta de luz, dificultou imenso a tarefa. O que mais gostei foi logo quando comecei a fotografar. Ainda fotografava com uma compacta de 7 megapixels, numa estação de comboios e fiquei radiante com o resultado.

Como avalias a fotografia de moda que é feita, actualmente, em Portugal? Tens estilistas preferidos?
Acho que a fotografia de moda no nosso país não é valorizada, tal como muitas outras artes. Não tenho nenhum em concreto, mas se escolhesse um seria, provavelmente, a Fátima Lopes.

Que equipamento e software usas?
O equipamento que uso é a minha Sony Alpha 200 e duas sombrinhas reflectoras. Quanto ao software, não consigo usar outro programa a não ser o Photoshop.

Quais são os fotógrafos que te servem de inspiração?
Há fotógrafos muito bons e que me inspiram imenso como o Paulo Madeira e o Salvador Pozo.

Edgar Martins, vencedor do prémio BES Photo deste ano, esteve envolvido numa polémica sobre manipulação digital de imagens. As fotografias em causa haviam sido publicadas numa edição do New York Times, assim como no site do jornal, mas instalada a polémica, o portfólio foi imediatamente retirado. Edgar Martins admitiu estar consciente de que estava a desafiar as convenções do jornalismo. Qual é a tua opinião, enquanto fotógrafo, acerca das questões que aqui se levantam?
Acho que é de mau carácter o uso do Photoshop, dado que as regras o proibiam e sendo fotojornalismo, pelo menos na minha opinião, o que é pretendido é mostrar a realidade.

Vou lançar-te um desafio. Escolhe uma das tuas fotografias e fala-me um pouco dela.

Tirar esta fotografia fez-me rir imenso, porque para além de ela ter demorado algum tempo a deitar-se na escada, estava extremamente desconfortável e ia fazendo alguns comentários. Gostei, sobretudo, do que me transmitiu no momento em que a tirei: uma tristeza indefinível, como se ela tivesse desistido de tudo.

Agora vou pedir-te que escolhas uma fotografia de um outro fotógrafo e que apontes as razões que pesaram na tua escolha.

Esta fotografia pertence a um amigo meu, cujo nome é António Medeiros. Escolhi-a, porque na minha opinião acertou em tudo: no ambiente, na pose, na expressão e na luz.

Conseguiste influenciar positivamente alguém a criar as suas próprias fotografias?
Sim, já consegui que alguns amigos meus optassem pela fotografia como hobbie e alguns criaram até galerias on-line. Também já vieram pessoas ter comigo e dizerem-me que as inspirei, o que é óptimo.

Existe alguma coisa que ainda não fizeste e queiras fazer, com fotografia de moda?
Existem muitas coisas que ainda não fiz com a fotografia de moda e que planeio fazer, uma delas, por mais absurda que pareça, é fotografar em plena Times Square.

Quais são os teus hobbies?
Para além da fotografia, claro, estudo Flauta Transversal no Conservatório Regional de Setúbal e também toco numa banda local.

Quais são os teus projectos futuros? Pretendes continuar a investir na tua formação?
Sim, pretendo começar a estudar fotografia e talvez entrar para uma agência.

Fotografia é aquilo que queres fazer para o resto da vida?
Sem dúvida, já reflecti imenso sobre essa questão, e… Há alguma coisa melhor do que trabalhar no que gostamos?

Uma última questão, talvez a mais difícil de responder. O que é para ti fotografia?
Ao contrário do que se costuma dizer, fotografia para mim não é apenas captar um momento único, também é a captura de uma expressão e de uma pose que dificilmente se repete. Fotografia dá-nos a liberdade para fazermos o que quisermos e isso para mim é tudo.

Rápidas:
» O teu lugar favorito no mundo: Nova Iorque
» A música que não te sai da cabeça: You Had Me, de Joss Stone
» Um filme que recomendas: Le Fabuleux Destin D'Amelie Poulin, de Jean-Pierre Jeunet

Trabalhos disponíveis em:
http://www.micael-dourado.com
Por Joana Clara

Férias de comboio a conhecer o país


A CP tem uma proposta de férias para os jovens que querem conhecer o país de forma cómoda e económica, com muita aventura à mistura - o Intra-rail.

Trata-se de conhecer o país de comboio, à semelhança dos inter-rails que se fazem pela Europa.

Quem quiser entrar na aventura tem de ter entre 12 e 30 anos e só tem de adquirir o cartão Intra-rail nas estações de venda CP, nas pousadas da juventude ou nas lojas Ponto JA (IPJ). Pode escolher-se uma das duas modalidades de Intra-rail disponíveis - xcape ou xplore.

O Intra-rail xcape permite viajar durante três dias (de 6ª feira a Domingo) numa das quatro zonas pré-definidas. Na modalidade xplore pode disfrutar-se de 10 dias de passeio, e as zonas a visitar são duas.

O cartão Intra-rail inclui viagens gratuitas nos comboios Intercidades, regionais, inter-regionais e urbanos, bem como a estadia em quartos múltiplos das pousadas da juventude.

As quatro zonas pré-definidas são: Algarve e Alentejo até Évora (zona A), Lisboa e Vale do Tejo e Alto Alentejo (B), Beiras (C) e Porto e Norte (D).

Em altura de férias ou fora dela, os preços, bem como os locais, são convidativos. Basta entrar no comboio e desfrutar da viagem. Para mais informações, pode consultar o site: AQUI


Texto de:
Inês Moreira Santos

Internet e Tecnologias - Pirataria


Este é um assunto que foi relançado recentemente com as notícias de que o Tribunal Sueco ordenou o conhecido “site” Pirate Bay. Sendo assim decidi falar deste “problema”. Existem vários tipos de Pirataria mas vou-me focar na parte da Pirataria na Internet ou Warez (termo que deriva da língua inglesa Softwares), que na minha opinião é o tipo mais comum.
A Pirataria deve ser dividida, em dois tipos: Pirataria Doméstica e Pirataria Comercial. A pirataria doméstica como sendo o exemplo de um indivíduo gravar um CD musical para uso próprio, e a pirataria comercial sendo o exemplo de um indivíduo gravar um CD musical para venda a terceiros.
Warez é defendida por muitos como não-pirataria, sendo apenas uma forma de partilha de ficheiros sem nenhum fim lucrativo. A pirataria ficaria associada aos grupos que vendem cópias piratas. Recentemente grupos de Warez têm incluído nos seus sites, e junto aos arquivos de informação anexados aos aplicativos, frases pedindo aos usuários que comprem tais produtos após experimentarem a cópia não autorizada.
A Pirataria nunca irá acabar, por mais que se tente pôr fim, irão sempre haver “crânios” que irão dar a volta à situação.

Texto de: João Durão

Na Imprensa - Revista Maria

Nesta segunda edição, a LoL Magazine decidiu abordar uma das revistas mais populares no seio do sexo feminino: a Revista Maria. Rica em conteúdos do mundo cor-de-rosa e e televisão, bem como moda e outros afins, esta publicação semanal ficou conhecida acima de tudo por uma secção: o consultório sexual. Por lá já apareceram todas as questões mais estapafúrdias e nós aqui publicamos 4 perguntas dos leitores, devidamente respondidas, mas pela nossa redacção...Imperdível e a conferir já de seguida.


Caro G.M., nem sei por onde começar. Se por você não querer ver o que se passa realmente ou se por achar estranho que uma mulher não tenha pêlos nas axilas e pernas. Estando nós a falar da sua namorada, que neste caso deduzo que seja uma mulher, é normal que esta não tenha pêlos nos sítios referidos, a menos que, higiene não seja o forte de uma menina. Mulher peluda faz parte do passado por isso há que acompanhar as transformações da sociedade. Não ter pêlos na vagina não é questão para vergonhas. O contrário é. Para além de ser pouco higiénico, incomoda. Contudo, há excepções claro. Respondo à sua questão, a sua namorada muito provavelmente será virgem e não se sentirá preparada para se iniciar. Se não está totalmente confiante, pergunte-lhe porque raio não quer ir para a Caminha consigo, que curiosamente até é donde nos escreve.


Se você falasse em ir à bruxa há uns anos atrás provavelmente acabaria bem bronzeada pela fogueira. Esqueça a bruxa pois o único efeito que elas vão ter em si é ficar com a carteira bem mais leve. Para conquistar a sua paixão deve usar outros métodos. Vista uma roupa sexy, justa, decotada, fale em temas que ele gosta, e convide-o para o ir jantar a sua casa. Vai ver o efeito e depois aí poderá depositar o dinheiro que ia gastar na bruxa na nossa conta bancária. Gratos pela atenção.


Já tinha ouvido falar em alergias a gatos, marisco, ácaros e outras coisas, mas raparigas...é a primeira vez. Não sei se o nosso leitor já ouviu falar numa coisa que as raparigas usam e que por vezes abusam e que eventualmente puderão causar efeitos nocivos na saúde dos seus mais que tudo. Sabe do que estamos a falar? Perfume. Não usa? Problema o seu. O nosso corpo muitas vezes não reage bem a determinados odores. Se quer continuar com a sua namorada dirijam-se os dois à Perfumes & Companhia e ofereça-lhe um perfume que não lhe causa irritações a si.


Tem a certeza que tem 17 anos? Anda na escola certo? Tem uma mão normal como todas as outras pessoas? O seu dedo possui um pequeno orificio na extremidade? Então porque raio pensou que podia vir a ficar grávido por ter enfiado o dedo no ânus com um preservativo roto? A propósito homens não engravidam! Muito menos se enfiarem algo no ânus...Isso nem as mulheres! Tenha dó e arranje uma namorada/o! De qualquer modo aconselhamo-lo a ir ao hospital tratar dessa dislexia pois o seu português está horrível!

Texto de: Fábio Esteves

Agenda


Dia 03 de Setembro de 2009 - Cinema: 35 Shots de Rum; As Minhas Adoráveis Ex-Namoradas; Assalto ao Metro 123; Charlie Barlett - Psicanálise Para Todos; O Ex; O Novo Namorado da Minha Mãe; Por Amor...
Dia 04 de Setembro de 2009 - Concerto: Pedro Moutinho (Parque Mayer - Lisboa)
Dia 04, 05 e 06 de Setembro de 2009 - Festival: Festa do Avante! (Quinta da Atalaia - Amora)
Dia 09 de Setembro de 2009 - Concerto: Cebola Mol (Parque Mayer - Lisboa)
Dia 10 de Setembro de 2009 - Cinema: Abraços Desfeitos; As Teias do Crime; No Limite da Ilusão; O Último Destino 4; O Outro Homem; Para Lá da Fronteira; Sem Provas; Sujidade & Sabedoria
Dia 11 de Setembro de 2009 - Teatro: O Deus da Matança (Teatro Aberto - Lisboa)
Dia 12 de Setembro de 2009 - Concerto: Amália Hoje (Parque Municipal de Exposições - Lousã)
Dia 12 de Setembro de 2009 - Concerto: Mafalda Veiga (Parque Mayer - Lisboa)
Dia 12 de Setembro de 2009 - Concerto: Moby (Parque da Cidade - Porto)
Dia 13 de Setembro de 2009 - Dança: Tango Pásion - Último Tango (Auditório dos Oceanos - Casino de Lisboa)

Editorial da Edição Número 2


Obrigado. Muito obrigado. Obrigado a todos os que se encontram neste momento a ler-nos. É com muito orgulho que reparamos no sucesso que temos estado a ter. Para uma primeira edição, arrebanhámos muitos leitores. E para esses leitores que arrebanhámos até ao momento, que decidimos aperalvilhar esta segunda edição. Foi sem preconceituar que a nossa escolha para a segunda capa recaiu sobre o programa que celebrizou uma hora por todo o país: "5 Para a Meia-Noite". Filomena Cautela (na foto), Fernando Alvim, Nilton, Pedro Fernandes e Luís Filipe Borges trataram de num belo dia de sol, pôr nas noites da RTP2, e sem saber talvez muito bem o que os esperaria, um belo programa repleto de bom humor e muita animação. E há tantas coisas boas no programa! Começando por um cenário que envolve o telespectador até à maravilhosa Dona Helena a quem só nos apetece dizer "Eu Amo Você!". É certo que o programa tem bolinha vermelha pois nunca se sabe quando é que a coisa vai apimentar, mas não é preciso conspirar contra este porque estamos perante televisão de qualidade. E porque já estamos a procrastinar a apresentação desta presente edição o melhor mesmo é impôr alguma seriedade ao texto.

Como referido no parágrafo acima apresentado, o tema principal desta segunda edição é o programa "5 Para a Meia-Noite" e para tal temos 4 magníficos conteúdos só para vocês: uma reportagem sobre o programa, uma entrevista com o Nilton, uma entrevista com o Pedro Fernandes e ainda, e não menos importante, uma entrevista com Inês Brito, uma das autoras do blogue "Para Lá das 5", um espaço dedicado ao que se vai passando diariamente no programa. Mas há mais! Há ainda uma outra entrevista, desta vez, direccionada para outra área: Moda e Fotografia. Micael Dourado é de Grândola e é um dos talentos mais promissores do futuro da Fotografia. Nesta edição podem conferir ainda um pouco do seu grande trabalho. Também a chegar está uma das estreias mais aguardadas: O Último Destino 4. Terror em dose q.b., fica a saber o que podes esperar deste último capítulo de uma saga que tantos fãs foi acumulando por esse mundo fora, tornando O Último Destino num dos filmes de maior culto. Isto e muito mais, ao longo da nossa quinzena! Não percam!

Fábio Esteves

Sumário Edição Número 2


01 de Setembro de 2009 - Editorial
A palavra da redação!
02 de Setembro de 2009 - Agenda
Fica a par de tudo o que vais poder fazer nesta quinzena.
03 de Setembro de 2009 - Na Imprensa: Revista Maria
Nesta edição, a LoL decidiu converte-se em consultório sexual e responder às dúvidas mais duvidosas que alguma vez foram enviadas para a revista Maria...até parece mentira.
04 de Setembro de 2009 - Tecnologia e Internet: Pirataria
João Durão aborda este tema que muito tem sido discutido na actualidade. Afinal a pirataria irá mesmo acabar?
05 de Setembro de 2009 - Desporto
Fica a saber as últimas do mundo desportivo.
05 de Setembro de 2009 - Viagens: Intrarail
Alguma vez pensaste em realizar um? Fica a saber todas as informações necessárias.
06 de Setembro de 2009 - Alimentação
07 de Setembro de 2009 - Moda e Fotografia: Micael Dourado
Joana Clara foi falar com um fotógrafo de apenas 18 anos e que transborda talento.
08 de Setembro de 2009 - Sexualidade e Comportamento: Poliamor
Não sabes o que é? "Fryne" explica-te tudo ao pormenor e muito mais...
09 de Setembro de 2009 - Reportagem: "5 Para a Meia-Noite"
Um dos programas mais badalados do momento só poderia ser tema de conversa. Se ainda não viste o programa aqui poderás ler tudo o que podes ver de segunda a sexta na RTP 2 e ainda ouvir ao Sábado na Antena 3.
10 de Setembro de 2009 - Na Capa: Nilton
João Durão à conversa com o Nilton. O resultado só poderia ser arrasador.
10 de Setembro de 2009 - Na Capa: Pedro Fernandes
Pedro Fernandes, o apresentador das Quintas-Feiras, foi entrevistado por Fábio Esteves. Aqui fala-se de tudo, incluíndo a escolha da gravata a vestir.
11 de Setembro de 2009 - Na Estante
Mais livros para os nossos leitores treinarem a sua leitura.
12 de Setembro de 2009 - No Ecrã: O Último Destino 4 (na foto)
Uma das sagas de filmes de terror mais badalada do momento está de regresso. E aparentemente a morte guardou o melhor para 3D...
13 de Setembro de 2009 - Som Ao Máximo
14 de Setembro de 2009 - Jogatanas
O mundo dos videojogos pela mão do nosso novo repórter: Pedro Barão.
15 de Setembro de 2009 - Conversa Descabida: Inês Brito
Fomos falar com uma das autoras do blogue de fãs do "5 Para a Meia-Noite" e todos os temas do programa vieram à conversa. A não perder!

Capa Edição Número 2


Conversa Descabida - Inês Santos

Inês Santos tem 20 anos e é natural da Amadora. Tendo concluído os seus estudos recentemente na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova em Ciências da Comunicação, aguarda pelo estágio. Por enquanto, e enquanto não é chamada para trabalhar, podem ver a Inês nas páginas da LoL Magazine. Na primeira edição, a nossa entrevistada escreveu sobre Raúl Solnado. Aqui, há espaço para isso e muito mais, havendo revelações fantásticas: Inês considera-se freira, gosta que lhe dêem música e o seu maior pecado é a preguiça. Estas e muitas mais informações já de seguida.

Conversa Descabida: Olá colega! Algum nervoso miudinho quanto ao que se vai passar de seguida?
Inês: Nervos, contigo? NUNCA! Que venham as perguntas caro colega!

Conversa Descabida: Como te sentes em fazer parte deste projecto em ascensão que é a LoL Magazine?
Inês: É uma honra. (risos) Agora a sério, acho que é um projecto que tem muito para dar. Com o excelente editor que tem acredito mesmo que conseguiremos levar a LoL a muito bom porto. E claro, estou bastante satisfeita por participar e agradeço-te mais uma vez o convite.

Conversa Descabida: O prazer é todo nosso. E o que tens a dizer da nossa primeira capa?
Inês: Dá-me vontade de levar também as mãos à cabeça! (risos) Gosto do design, gosto dos tons de azul, gosto do “lettering” do título. Tenho a certeza que ao longo das edições vamos conseguindo aperfeiçoar o que não está tão bem e melhoraremos a pouco e pouco. Apesar de fazer parte deste projecto, eu própria estou muito curiosa com o que aí vem e esta primeira capa ainda me aguça mais a curiosidade.
Conversa Descabida: Lady Gaga é o teu estilo de música?
Inês: Não propriamente. Gosto de bandas e cantores de estilos um pouco diferentes, mas sou bastante eclética. Ouço de tudo. De metal a hip hop, passando pelo rock, por estilos mais alternativos, e mesmo pela música clássica ou pelo pop. Digamos que "não sou esquisita", pelo menos em termos musicais.
Conversa Descabida: E a ti, gostas que te dêem música?
Inês: Gosto! (risos) Claro que depende da música. Porquê? Queres dar-me música?
Conversa Descabida: Isso já te dou eu todos os dias. Escreveste o artigo do Raúl Solnado. O que tens a dizer sobre a sua morte?
Inês: É uma grande perda. Raúl Solnado é um dos maiores nomes do humor em Portugal. Um artista multifacetado, "uma fábrica de rir" como ele próprio se definia. Infelizmente tivemos que nos despedir dele. Resta-nos recordar e sorrir com a grande obra que nos deixou.

Conversa Descabida: Não achas macabro e tenebroso que as estações televisivas se aproveitem destes acontecimentos para conquistar audiências? Por exemplo a TVI e a RTP fizeram directos do funeral…
Inês: Faz-me um bocado confusão, sim. É um tema muito delicado para se explorar como em muitos casos se faz...Não vi a notícia do funeral de Raúl Solnado, confesso, portanto não sei como foi feita a exploração do tema. Mas em casos anteriores, que prefiro não referir, achei realmente assustadora a maneira como se abordou o tema com o intuito que referiste na pergunta - conquista de audiências.
Conversa Descabida: Está a decorrer a volta a Portugal em bicicleta. Eras pessoa para participar?
Inês: Se tivesse mais jeito para andar, talvez. Mas por acaso nunca liguei muito. Há muito aquela ideia de "é como andar de bicicleta, nunca se esquece", mas no meu caso, já não ando de bicicleta há tanto tempo que se calhar já me esqueci. (risos)
Conversa Descabida: E de patinagem? Gostas?
Inês: Ui... estás a ir por maus caminhos. Porque é que não me falas de basquetebol? (risos) Patinagem só mesmo ver. Nunca tive grande jeito para esses desportos mais artísticos e isso. Gosto de jogos com bola! Basquete, Ténis, andebol, voley, futebol.

Conversa Descabida: E és pessoa para põr os patins às pessoas com frequência?
Inês: (risos) Seu maroto (risos) Não. Só ponho os patins a quem me faz mal.

Conversa Descabida: Maroto eu? Achas que tinhas potencial para ganhar o Modalfa Fashion Dream?
Inês: Eu? Não me parece, de todo! E tu, o que é que achas?

Conversa Descabida: Acho que ficaria sempre bem ver-te pelo site da Modalfa! Devias pensar em candidatar-te!
Inês: Que simpático! Mas provavelmente não sou o que procuram. Não sou magrinha, não sou suficientemente alta. Mas também não me importo minimamente, nunca quis ser manequim!
Conversa Descabida: Para terminar completa o seguinte quadro de acordo com a tua personalidade e gostos.
A - Medo: Perder as pessoas que amo e aranhas.
B – Pecado: Preguiça.
C – Dom: Ser boa ouvinte e amiga e saber cantar relativamente bem.
D – Som Preferido: O mar.
E – Parte do Corpo: Sorriso e olhar.
F – No Prato: A comida da mamã.
G – Um Filme: Casanova.
H – Verdade ou Consequência: Consequência.
I – Amor ou Paixão: Amor.
J – Freira ou Rameira: Freira (risos).
Conversa Descabida: Muito obrigado por figurares na primeira Conversa Descabida desta publicação!
Inês: Obrigada eu, e peço desculpa por não ser uma entrevistada muito fascinante. Talvez seja melhor do lado de lá! Agradeço também a todos os leitores que leram esta primeira conversa descabida até ao fim.

Texto de: Fábio Esteves
Fotografias de: Inês Santos

Jogatanas - Football Manager 2010


Os fãs da “saga” Football Manager, têm agora uma data para fixar, 30 de Outubro, dia em que será lançado o esperado Football Manager 2010. Este é um jogo que dispensa quaisquer apresentações.
São várias as alterações feitas em relação à versão 2009, destacando-se:
Motor de jogo refinado – Inteligência artificial melhorada, com mais de 100 novas animações no modo tridimensional (3D), novos estádios e público nas bancadas, degradação dos relvados e melhores efeitos de iluminação;
Nova interface gráfica – Visual completamente renovado, com duas novas skins vibrantes (uma em tons claros e outra em tons escuros) para escolha, para além de uma revisão geral na navegabilidade. O menu lateral foi substituído por um novo sistema mais intuitivo de abas, que permite um acesso mais fácil e rápido aos principais ecrãs do jogo;
Renovação Táctica – Um novo módulo táctico torna mais simples fazer com que a sua equipa jogue como tu, de facto, pretendes. Existem milhares de opções pré-definidas e instruções instantâneas para mudar o estilo de jogo da equipa;
Análise de Jogos – Uma nova ferramenta exibe os locais onde ocorreram os remates, passes, cruzamentos, cabeceamentos, cortes, faltas e intercepções de ambas as equipas em disputa, facilitando a análise dos pontos fortes e fracos da tua equipa e do teu adversário;
Novo editor da base de dados – Para além de ser possível editar os dados relativos a plantéis, com o renovado editor de jogo é introduzida a possibilidade de editar competições, permitindo modificar ou adicionar taças e ligas às originalmente incluídas no jogo. Será possível criar novas competições ou novos campeonatos, para além dos que o jogo faculta.
Para mais e melhor informação dirigi-te a http://www.footballmanager.com/index.php?p=info_pc.

Texto de: João Durão

Som ao Máximo - Novas Promessas da Música Nacional

OqueStrada, Cacique 97 e Virgem Suta são 3 bandas que andam nas bocas do mundo e pelos melhores motivos. Para além de serem projectos ainda no inicío de uma promissora carreira, estas bandas conquistam ao longo dos tempos cada vez uma maior legião de fãs. Nestes 3 nomes há fado gingão, funk e afrobeat e ainda canções de intervenção com um toque de música pop.
Comecemos por falar nos OqueStrada (ao lado), cuja equipa conta com 5 membros: Miranda (a voz que entoa e canta as letras do grupo), João Lima (guitarra portuguesa), Pablo (contrabaixo), Donatello Brida (acordeão) e Zeto Feijão (guitarra e voz). Os OqueStrada vêm da margem sul do Tejo, Almada, e deixam-se marcar pelo seu fado ao estilo Deolinda, contudo, existem diferenças que não passam despercebidas. Se por um lado nos Deolinda apenas nos deparamos com a imagem de Ana Bacalhau a cantar e mais uns instrumentos de corda a fazer acordes e pouco mais, na banda de Miranda deparamo-nos com uma orquestração fantástica à qual se juntam ainda por vezes mais instrumentos como por exemplo a trompete na sua faixa mais conhecida "Oxalá Te Veja". Para conhecer e ouvir mais de OqueStrada basta ir até ao endereço www.myspace.com/oquestrada.
Bem diferentes na sonoridade são os Cacique 97, a banda de Milton Gulli (voz e guitarra), João Gomes (teclados), Marcos Alves (percussão), Marisa Gulli (voz e percussão), Tiago Romão (bateria), José Lencastre (saxofone), Vinicius de Magalhães (trombone), Francisco Rebelo (baixo) e João Cabrita (saxofone). Se o instrumentário utilizado parece demasiado excessivo, a sonoridade em contrapartida soa simples e descontraído. Provenientes de Lisboa, Cacique 97 é a banda sonora ideal para quem procura relaxar ao som de grande música e, ainda por cima, com talento nacional. Cacique 97 soa a Cool Hipnoise e Phillarmonic Weed. Exemplo dessas influências espelham-se no single "Eu Quero Tudo". A banda conta com músicas em português, inglês, mandinga da Guiné-Bissau, chuabo de Moçambique e crioulo de Cabo Verde, fazendo as suas sonoridades alcançarem também o continente onde têm grandes raízes: África. Para mais informação e ouvir um bocado das suas canções basta irem até www.myspace.com/cacique97.
Por último, mas sem dúvida alguma, não menos importantes, chegam-nos os Virgem Suta (ao lado) directamente de Beja. Ao contrário das outras 2 bandas, os Virgem Suta contam apenas com 2 elementos na sua equipa: Jorge Benvinda (voz, guitarra e melódica) e Nuno Figueiredo (guitarras e coros). Aqui podemos relembrar talvez um pouco as melodias ao estilo de António Variações e letras ao estilo Zeca Afonso. Nuno Figueiredo mesmo afirma: "São de facto as nossas influências mais claras. Eu tenho o lado mais pop da música popular portuguesa e o Jorge vai buscar a raiz do músico de intervenção." O primeiro grande concerto da banda deu-se no passado dia 9 de Agosto no Festival do Sudoeste e para começar a escutar os Virgem Suta devem dirigir-se a www.myspace.com/virgemsuta.
E que continue assim por muito mais tempo a música portuguesa, investindo na qualidade e no futuro, brindando-nos com bandas com estas 3 que atrás foram referidas.

Texto de: Fábio Esteves

No Ecrã - "4 Copas"



4 Copas: A estreia mundial do filme foi no Festival Europeu de Cinema de Kalininegrado, na Rússia, e teve a primeira exibição pública em Portugal, no Festival de Cinema do Estoril 2008. Rodado em 2004, o filme viu a luz do dia apenas cinco anos depois. A estreia nacional aconteceu a 20 de Agosto.

Aposta alta

Sem bluff à vista e com truques na manga, Rita Martins vem para ficar.



É dona de uma naturalidade desarmante e de um olhar profundo. Nascida há 25 anos em São Miguel, nos Açores, Rita Martins veio para Lisboa com 18 para estudar Psicologia. Quis o destino que a sua vida desse uma volta de 180º: numa festa do já extinto jornal A Capital, foi notada pelo actor João Cabral (seu padrinho profissional), que lhe propôs fazer um casting, e acabou como actriz em Lavado em Lágrimas, longa-metragem de Rosa Coutinho Cabral. Seguiram-se mais dois desafios, duas personagens pesadas, na curta-metragem de Alberto Seixas Santos, A Rapariga da Mão Morta, e no filme Efeitos Secundários, de Paulo Rebelo. Em 2008, figurou já entre os oito actores nomeados para o Prémio L’Oréal Paris – Jovem Talento. Agora, é vê-la como Diana na terceira longa-metragem de Manuel Mozos, 4 Copas.
Uma história de amor e de adição ao jogo, onde quatro personagens vivem e partilham problemas comuns. O naipe ao qual o título se refere remete para o amor entre elas. O sonho que comandava as suas vidas cede, depois, lugar ao jogo, que assume um significado diferente para cada personagem - ou peça. Para a Diana, é uma brincadeira séria com um propósito nobre que acaba por tornar-se numa armadilha. Filha leal e precoce, com ironia no bolso e personalidade vincada, reclama a responsabilidade de reparar o casamento do pai, mesmo que isso implique seduzir o amante da madrasta. Uma personagem de 20 anos, a mesma idade com que Rita começou a rodagem da trama: «É uma rapariga normal, que gosta de sair à noite e de se divertir. Pratica escalada. Mostra uma dureza na forma como tenta resolver todos os problemas, que vai perdendo gradualmente», descreve a actriz.

Experiências radicais
A experiência cinematográfica revelou-se um desafio. 4 Copas, «um grande presente do Manuel Mozos», afastou-a do registo dramático a que estava habituada. E conhecer o restante leque de actores, João Lagarto (Gabriel), Margarida Marinho (Madalena) e Filipe Duarte (Miguel), foi, diz, «enriquecedor e gratificante». Juntam-se a outros nomes apontados por Rita, como os de Rogério Samora e de João Cabral: «Transmitiram-me segurança e isso é excelente para quem está a dar os primeiros passos na representação. Ser actriz é uma aprendizagem constante», afirma. Em 2002, teve a oportunidade de trabalhar com o falecido actor Canto e Castro, que se tornou seu «cúmplice, amigo, mentor e fonte de inspiração». «Éramos ambos alérgicos ao pó das pombas, então andávamos sempre com máscara, a protestar, devido ao facto de termos de gravar perto dos pombais (risos). Aprendi imenso com ele. Disse-me aquilo em que devia investir ao nível da formação e os workshops que devia fazer. Acabei por seguir muito daquilo que me ensinou.» Canto e Castro nunca chegou a ver o filme Lavado em Lágrimas. Morreu antes da estreia.
O cinema há muito que deixou de ser um hobby para Rita Martins. Fazer também teatro e televisão será uma questão de tempo. E de ter formação. A actriz já recebeu convites, mas quer ter «mais espaço para experimentar outras coisas». Formada em Psicologia e com uma pós-graduação em Criminologia, tem em mente um projecto que procura uma fusão das suas duas profissões: «Introduzir a Psicologia na representação, pelo menos para argumentistas e realizadores.»

Texto de: Joana Clara
Em colaboração com:

Na Estante - "Elogio do Passeio Público", Filipa Martins


“E os dedos dançam na ponta da página…”

Inteligência é talvez a palavra que melhor define Elogio do Passeio Público. É de uma maneira criativa e extremamente inteligente que a autora, Filipa Martins, retrata as limitações do ser humano.
A obra contém uma receita que prende a atenção do leitor do inicio ao fim: uma dose de bom humor, uma pitada de exagero e q.b. de dificuldade.
Em Elogio do Passeio Público, com uma acção decorrida em “passeios e ruas olisiponenses, onde as senhoras virtuosas passeiam as cadelas e o resto passeia a fome” - (p.17), é-nos mostrado que «a vida é uma história com muitos alçapões» - (p.133), retratando-se a condição humana e a maneira como as pessoas, ao saírem de suas casas, pretendem que os outros olhem para elas da melhor maneira criando, por vezes, personagens aos olhos dos outros, uma espécie de vida dupla. Assistimos, assim, à criação de um “nosso homem”, que querendo ser bom em alguma coisa, criava uma fachada para a sua preguiça. Encontramos uma Aurora que é Consuelo, uma mulher da moda, de virtudes aparentes durante o dia, mas que durante a noite se transforma num mero objecto para satisfazer os desejos carnais de “generais e tenentes” e de outros “nosso homem”, talvez devido ao que o narrador chama de “inaceitabilidade do seu EU”.
A utilização de “personagens-tipo” confere à obra um carácter social, em que cada uma representa uma classe de uma época particular - o Estado Novo. Um general cujas capacidades eram maiores que as do país, cujas ideias e visões estavam mais à frente da altura; um “pai do nosso homem” que criticava a ditadura mas vivia às custas deste regime e que acreditava que nesta vida “nada se faz com se faz favores”; a peixeira, a Velha Castiça e tantos outros…
Não se espante, caro leitor, com a denominação das personagens. Pergunta-me pelos seus nomes? Pois nem eu o sei! E este é um dos pontos mais curiosos do livro: a inominação das personagens, que nos remete, de certa forma, para o panorama social da altura em que as pessoas viam o seu estatuto de “ser humano” reduzido.
Outros dos aspectos que, na obra, despertam o interesse do leitor é o facto de o narrador nunca terminar um episódio, deixando-o em suspense e retomando-o mais à frente, revelando o seu contexto. Isto faz com que o leitor só no fim, reconstruindo toda a história, se aperceba dos factos e das ligações existentes.
Elogio do Passeio Público é, sem dúvida, uma excelente representação (um tanto ou quanto disfarçada) da postura ditatorial existente e da vida no Estado Novo. Através das personagens, o narrador (cuja presença vai sendo mais demarcada e mais notória ao longo do livro) estabelece uma relação entre os comportamentos e as vivências neste regime repressivo. Apercebemo-nos da tristeza e desespero que o país atravessava – «uma camada feita de pequenez do pensar e de tristeza farta, que quase chega a ter em si uma beleza própria daqueles que aceitam um certo grau de desespero. A beleza dos tristes.», P.27-; uma sensação de inconformismo face à situação vivida e de admiração por quem tinha estado “lá fora”; a Puritanidade (quase que ridícula) que transformava Portugal num país de virtudes aparentes, de prazeres e desejos escondidos - «Dentro do hábito, deliciava-se com as partes proibidas de livros (…) com textos inapropriados à sua condição religiosa.» - P.41; e ainda um patriotismo exacerbado e a necessidade de uma constante exaltação do nacionalismo: o lema dos “soldados” era «nós amamos a nossa pátria», a “Portuguesa” estava sempre a passar na rádio “desde que o sol se põe, até que o galo canta”…
Também a Censura e o Controle exercidos têm um papel relevante no desenrolar da obra – encontramos o exemplo da lista de livros proibidos e a cómica e bem-humorada descrição das “substituições arcaicas e automáticas” que provocavam grandes gargalhadas nas tabernas «Em Lisboa só se publicavam cantos gregorianos e histórias de fazer oó (…) e romances de cordel com emendas, onde as “relações sexuais” dão lugar ao “coito”…» - P.25; e ainda o exemplo do controle da PIDE (apelidada de “as toupeiras”) em relação aos isqueiros.
Outro dos assuntos bastante interessantes é o valor, representação e papel da mulher na sociedade. Vemos que as mulheres eram, um tanto ou quanto, reduzidas na sua condição humana em que «a aparência é importante. (…) os homens não gostam do lado de galinácea das mulheres (…) Acene muito (…) junte um pouco mais os braços para realçar o decote.» -P.66. Vemos as mulheres como que transformadas em objectos perante os homens (e lembremo-nos que nesta altura existia o conceito de que o chefe de família era o Homem) que serviam para concordar com eles e lhes dar prazer. Temos a personagem da Consuelo ( que é Aurora) como exemplo desta situação.
O religiosismo é também frequentemente satirizado descrevendo-se as crentes como «envoltas em xailes negros e de catecismo e terço na mão» - P.18. Outra descrição extremamente bem conseguida, é o caso das viúvas, caracterizadas como “uma comunidade de formigas em carreiros”, sempre vestidas de preto com os seus rituais e comportamentos tão próprios.
Nesta obra as vidas são como que expostas no “passeio público”, revelando os defeitos e qualidades dos “seres humanos”, levando-nos, inevitavelmente, a rever-nos em algumas destas personagens. A complexidade da escrita (marcadamente e inesperadamente masculina) leva-nos muitas vezes a ter vontade de fechar o livro, parar para respirar e assimilar tudo o que já foi lido, mas a perspicácia da descrição e da apresentação da história leva-nos, também, de imediato a retomar a leitura e, como que a devorar a obra, querer chegar ao fim para completar a trama e terminar o puzzle. Mas, caro leitor, no fim fica uma certeza: definitivamente, “os dedos dançam na ponta da página”.

Mais informação:
Autor(a): Filipa Martins
Título: Elogio do Passeio Público
Editora: Guimarães
Ano de Edição: 2008
Páginas: 149
Preço: 15€
Classificação: 4/5
Texto de: Ana Raquel Justino Cabaço

Reportagem - Raúl Solnado: 1929 - 2009


Brilhou no teatro, no cinema, na televisão e revolucionou o humor em Portugal. No passado dia 8 de Agosto, o país despediu-se de um dos seus maiores artistas. Raul Solnado faleceu vítima de doença cardiovascular, aos 79 anos, no Hospital Santa Maria, em Lisboa.
Nascido a 19 de Outubro de 1929, Solnado começou a fazer teatro na Sociedade Guilherme Cossoul. Em 1953, estreou-se no teatro de revista na peça "Viva o Luxo".
Participou em várias peças e em filmes, como por exemplo "Sangue Toureiro" ou "As Pupilas do Senhor Reitor". Raul Solnado adaptou para português o sketch "A Guerra de 1908", de Miguel Gila, e, em 1961, interpretou-o na revista "Bate o Pé", no Teatro Maria Vitória.
Em 1969, surge o programa "Zip Zip", que o humorista criou com Fialho Gouveia e Carlos Cruz, algo completamente diferente do que se fazia até então. Este programa surge em tempos de censura, e apesar da sua curta duração revolucionou a televisão em Portugal. Ainda na televisão, Solnado distingue-se em programas como "A Visita da Cornélia", "O Resto são cantigas", e na série "Lá em casa tudo bem", por exemplo.
Em 2001, recebeu o prémio carreira Luiz Vaz de Camões, e entre outras distinções que lhe foram feitas, em 2004, recebeu, do Presidente da República Jorge Sampaio, a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique.
Até à sua morte, Raul Solnado foi director da Casa do Artista, associação que fundou com o falecido actor Armando Cortez, entre outros. Humorista, actor e apresentador, Solnado apelidou-se a si mesmo de "uma fábrica de rir".

Texto de: Inês Moreira Santos

Na Capa - Lady Gaga


Lady Gaga é já um nome bastante reconhecido no mundo da pop. Foi com o tema "Just Dance" que a cantora se deu a conhecer ao mundo. Aparentemente Gaga gosta de ter as atenções focadas na sua pessoa, envolvendo-se em escândalos e atirando pedras a outros artistas, como é o caso da outra recém diva da pop Katy Perry. O mais recente boato que artista lançou foi afirmar-se como hermafrodita (possuí tanto um orgão sexual feminino como o masculino). Nesta entrevista Lady Gaga revela que conhece as jovens Hilton, explica a origem do seu nome artístico e ainda comenta músicas suas, bem como alguns nomes do panorama musical internacional. Simplesmente imperdível e é algo que poderão confirmar de seguida.

Depois de ouvir a tua música, não quero começar esta entrevista de forma normal. Vou dizer-te uma lista de nomes e tens de me dizer qual o impacto que eles têm na tua vida. Deixa-me começar pelas Pussycat Dolls.
Bem sabes, eu adoro uma rapariga em roupa interior, primeiro que tudo. Depois, tenho composto para elas, por isso a Nicole Scherzinger tem estado na minha cabeça provavelmente há 3 meses. Há algo que é muito humilde em escrever para um grupo cheio de energia como esse. Provavelmente a maior influência que elas tiveram em mim foi querer-me tornar uma melhor compositora para elas.

Isso é fantástico. E quanto ao Akon?
O Akon é um talentoso escritor de canções para se trabalhar. As suas melodias são simplesmente doidas. É engraçado, penso muito nele quando estou a fazer as minhas melodias porque ele é tão simplese tem sido fantástico. Ele coloca-me com os pés bem assentes no chão mas também me coloca em disco de platina, o que é sempre muito bom. Por isso tem sido uma grande influência. É como se de cada vez que trabalhas com alguém melhor que como tu, tornas-te ainda melhor.

Muito bom. E os Scissor Sisters?
Oh, eu adoro-os, não consigo respirar. Lembro-me da primeira vez que os ouvi, foi na rádio, e fiquei tipo, ‘mas que raio é isto?' São uma grande influência. Adoro o disco, as suas roupas, e eles preocupam-se realmente com as suas actuações. Conceptualmente acho que eles são realmente espertos
na sua aproximação. Também sou uma grande fã de Elton John, e tu podes ouvir essa influência em cada música deles, por isso adoro-os. Eles são grandes – pensei realmente neles quando fiz a "Dirty Rich." Pode-se definitivamente ouvir isso.
E no que toca ao Red One?
O Red One é como o coração e a alma do meu universo. Conheço-o e ele completamente, envolveu os seus braços em torno do meu talento, e foi como se tivéssemos de trabalhar juntos. Ele foi um pioneiro para a “House Of Gaga” e a sua influência em mim foi tremenda. Não podia ter feito isto sem ele. Ele ensinou-me à sua maneira – emsmo não sendo um compositor, é um produtor – ensinou-me como ser uma melhor compositor, porque tinha começado a pensar nas melodias de uma forma diferente.

Então e conta-nos de onde vem o nome de Lady Gaga?
Da música dos Queen "Radio Ga-Ga."

Tu inventas todo o tipo de palavras. Fala-nos da palavra retrossexual.
Retrossexual – saí-me com essa à imenso tempo. Eu e o meu companheiro Tom fomos um dia ao estúdio e estávamos a falar dos metrossexuais, porque ele tinha comprado um par de botas e eu disse 'Essas são muito metrossexuais.' E ele ficou tipo ‘Não sei, acho que são um bocado retro.' E eu disse 'Então és retrossexual.' Foi tipo uma piada. E comecei a pensar nisso – sou obcecada com todas as coisas retro, os anos 70 e 80. Não sei, essa palavra simplesmente saiu um dia da minha boca, e ficou presa a mim. Costumo fazer isso – se inventor termos, eles tornam-se o centro dos meus projectos ou das minhas gravações.

Muito engraçado. Como foi filmar o vídeo do "Just Dance?"
Oh foi tão divertido, tão fantástico. Para mim foi como estar numa produção do Martin Scorsese. Estive tanto tempo com um orçamento tão baixo, e para ter este incrível vídeo fui muito humilde. Foi muito divertido, mas vais ver se algum dia se entrares numa gravação de um vídeo meu – sou muito reservada nestas coisas, não falo com toda a gente. Não sou como a rapariga da festa a correr de um lado para o outro. Poderei parecer um bocadinho como uma diva. Resolvo-me comigo, pela minha cabeça preocupando-me com as minhas roupas, e se os extras estão bem, e as localizações. Não me mostro para as coisas, tu sabes. Esse vídeo foi uma ideia minha. Foi o Molina, o director, quem quis fazer algo, para ter o ar de actuação artística que era totalmente pop contudo ainda era comercial, mas isso soava a estilo de vida. Foram todas essas coisas, adorei.


Ouvi-te dizer uma frase que adorei, e adoraria que a explicasses – tu 'fazes música para o vestido.'
Sim, totalmente. Quer dizer que não faço as músicas e depois imagino como o video irá ficar. Escrevo tudo ao mesmo tempo para ter uma visão completa, a música e o visual, a maneira como vou estar em palco. É algo que para mim vem tudo de uma só vez. Por isso quando digo que faço música para o vestido, o vestido é uma metáfora para 'eu faço a música para tudo,' para a visão da performance inteira.

Qual a história por detrás da música “Paparazzi”? É que têm havido algumas intepretações dessa música…
Estou muito feliz que hajam diferentes interpretações dessa música, era essa a ideia. A música é sobre algumas coisas diferentes – é sobre as minhas batalhas, quererei a fama ou quererei o amor? É também sobre namorar os paparazzi para que eles se apaixonem por mim. É sobre a prostituição jornalistíca. É uma canção de amor para as câmaras, mas é também um canção romântica sobre fama ou amor – poderás ter ambos, ou limitares-te-á somente a um deles?

Li num sítio qualquer que andaste na escola com as irmãs Hilton.
É verdade.

Tiveram alguma influencia em ti?
Ela são muito bonitas, e muito limpas. Muito, muito limpas. Sabes, nunca vi a Paris, ela é mais velha que eu, e é engraçado que a imprensa sempre disse que andei na escola com as irmãs Hilton, quando na verdade só andei com a Nicky. A Paris, acredito, abandonou e foi para Dwight. Mas é impressionante ser assim tão perfeitas a toda a hora estas raparigas. Fui sempre uma rapariga estranha na escola, que fez teatro e que foi para as aulas com montes de batôn vermelho, ou com o cabelo perfeitamente encaracolado ou outra coisa qualquer que chamasse a atenção. É engraçado como elas estavam lá quase sempre para me prevenir, porque muito do que eu faço agora foi para tentar misturar o meu mundo na comunidade comercial. Por isso creio que elas tiveram uma pequena influência em mim. Não elas em particular, mas a ideia de artista auto-proclamada.

Fazes música de dança, mas estás mais ligada a artista hip hop. Tem existido um enorme conflito entre música de dança e hip hop.
Correcto.

Como fazes a ponte entre os dois?
Oh, na verdade não me considero uma artista de música de dança. Penso que faço a ponte entre a fenda de diversas formas e é mais a partir de uma música conceptual, juntando as batidas de dança. Juntar batidas de dança retro com mais música urbana e uma certa quantidade pop.


Qual a história por detrás de "Dirty Rich?" Adoro essa música.
Estava a tomar uma grande quantidade de drogas quando compus a "Dirty Rich." Foi há cerca de 2 anos atrás, e é sobre algumas coisas. Primeiro e acima de tudo a música é sobre – onde quer que estejas ou vivas – podes autoproclamar esta fama inerente baseada no teu estilo pessoal, e as tuas opiniões sobre a arte e o mundo, apesar de teres consciência disso. Mas é também sobre como no Lower East Side, havia montes de miúdos ricos que tom
aram drogas e que disseram que eram artistas muito pobres. “Paizinho peço desculpa, muitas, muitas desculpas, sim, só gostamos de festas.” Costumava ouvir os meus amigos ao telefone com os pais, a pedirem-lhes dinheiro antes de irem comprar droga. Por isso este foi um period interessante para mim, mas foi engraçado o que saiu dessa música – porque é sobre muitas coisas – mas ultimamente o que quero que as pessoas de lá retirem é “Bang Bang”. Não interessa quem és, ou de onde vens, podes sentir-te bonito e ordinariamente rico.

Vi algumas imagens da tua actuação no Lollapalooza. Como foi actuar aí?
Foi uma rajada de vento. Quer dizer, foi um pouco angustiante; tivemos imensas dificuldades técnicas no palco. Não foi este o tipo de actuação que eu escolhi para relembrar tão carinhosamente. Mas de entre tudo, foi o mar de hippies e o efeito que tiveram quando viram algo que não estavam a contar de ver. Na verdade espero incorporar algumas coisas no espectáculo que captuaram as reacções e a equipa. Irão ver mais disso no futuro.

OK. Lady Gaga, o que gostarias de dizer aos teus fãs que andam por aí?
Queria só agradecer, adoro-vos, agradeço muito o apoio que me têm dado. Vocês ouvintes, os que encontraram em primeiro lugar são, creio, o futuro dos grandes apreciadores de arte. Porque se alguém me encontrou agora está neste momento a agarrar-se às ideias que eu tenho, mais que tudo. É sobre música mas também sobre história. Por isso obrigado a vocês por amarem e lerem a história e por entrarem nela.


Entrevista de: DJ Ron Slomowicz
Tradução de: Fábio Esteves

Sexualidade e comportamento - 21 Queer!


«We're Here! We're Queer! Get used to it!»
Miss Jane Sheehan da organização Queer Nation (São Francisco)


Aos 21 anos descobri, entre tantas coisas maravilhosas que vêm com o final da licenciatura [incerteza, falta de perspectivas, medo, terror, pandemia...], que sou queer.

Sempre fui estranha, é claro. Na escola era ostracizada por usar óculos, gostar de estudar e ser, inevitavelmente, estranha. Do tipo falar sozinha estranha, representar histórias inventadas no recreio estranha, não gostar dos meninos louros com olhos azuis por quem todas as meninas suspiravam estranha.

Mais tarde descobri a música melancólica/gótica/tenebrosa e como era estranha, adorei-a e viciei-me. E durante todo o tempo, passava todos os meus dias a escrever coisas igualmente estranhas, feliz da vida a criar mundos e personagens ainda mais estranhas. E lá fui tendo os meus amigos igualmente estranhos.

Aos 15 anos eu vivia nas minhas estórias e na minha escrita e não me parecia interessante ficar a olhar para os rapazes nos intervalos, pensar em festas e roupas destinadas a esses mesmos rapazes que me pareciam tão aborrecidos como … bom, ocupar um segundo do meu dia a pensar nisso não me passava pela cabeça.

Passei pela adolescência como ovelha negra da família - vestia-me de preto, tinha uma religião diferente, dizia tudo o que pensava e discutia com toda a gente - (escusado será dizer que continuo a manter o cargo, com brio) e um dia decidi namorar com um rapaz, para experimentar. Ele traiu-me passado pouco tempo, se calhar também para experimentar. O tempo passou.

Nunca tinha achado estranho gostar sempre mais das actrizes que dos actores. Nunca tinha achado estranho decorar as paredes do meu quarto com posters de cantoras e não cantores. Nunca tinha achado estranho gostar mais de girls bands do que boys bands.

E na verdade, não havia nada de estranho. Um dia, numa aula, descobri que era bissexual. E tudo fez sentido.

Hoje defino-me como bi. Só namorei com rapazes. Mas gosto mais de raparigas. Demoro muito mais tempo a gostar de um rapaz que de uma rapariga. No entanto, imagino o meu futuro como me ensinaram a imaginar: com uma casa minha e um homem ao meu lado. E isso, sim, é verdadeiramente estranho.

Fotografia é da autoria de ©Beklagen (http://beklagen.deviantart.com)

Moda e Fotografia - Modalfa Fashion Dream 2009

És a cara mais bonita da tua freguesia? Tens as medidas certas para ser modelo? Não tens nenhuma das características anteriores mas mesmo assim queres tentar conquistar um painel de júris com a tua criatividade e bom gosto? Pois fica a saber que os teus sonhos se poderão tornar realidade! Como? Aproveitando a oportunidade de participar na 5º Edição do Modalfa Fashion Dream, este ano busca de modelos catwalk masculino e feminino, bem como de um designer para a marca em questão. Os castings, que já se iniciaram a 21 de Julho vão andar na estrada um pouco por todo o país até ao final deste mês. Nós já vimos fotografias dos candidatos a modelos deste ano e podemos garantir que a competição está mais feroz que nunca! Obedecendo ao tema “A Moda é a tua arte”, os vencedores da categoria Catwalk ganham presença garantida no próximo catálogo da Modalfa e ainda serão agenciados pela Best Models e pela Glam. Na nova categoria de estilista o vencedor terá a oportunidade de estagiar com a dupla de criadores Storytaillors (que são as caras do projecto este ano juntamente com Matilde (na foto), uma das vencedoras da edição do ano passado), na Modalfa. Para mais informações basta dirigires-te a http://www.modalfafashiondream.com/ e quem sabe se um dia destes não irás figurar também na nossa revista!

Texto de: Fábio Esteves

Alimentação - Na Rota do Chá

O chá, hoje uma designação genérica, é, depois da água, a bebida mais consumida em todo o mundo. Faz parte de rituais, da medicina caseira e é complemento dos aconchegos da maioria dos povos. Cada variedade adquire um determinado sabor, em função da graduação das folhas e do processo de produção, que pode incluir oxidação, fermentação e o contacto com outras ervas, especiarias e frutos. Em Portugal, temos o famoso chá de limão, obtido a partir da casca desse mesmo fruto, também conhecido nalgumas regiões de Itália, onde dá pelo nome de canarino.
O chá preto, considerado o mais antigo, foi descoberto na China há quase 5.000 anos. Segundo as lendas chinesas mais populares, a descoberta do chá e das suas qualidades benéficas data do ano 2737 a.C. O imperador Shen Nun, conhecido pelas suas iniciativas como cientista e patrono das artes, estava a ferver água debaixo de uma árvore, quando, acidentalmente, algumas folhas caíram na água, sem que ele repara-se. Ao provar o preparado, ficou deliciado com a mistura, refrescante e revitalizante, de sabor e aroma indescritíveis, e desde então, começou a realizar várias experiências. O chá tinha sido, finalmente, criado e o seu corolário encontrado!
Do continente asiático chegam-nos outros mitos. A história em redor do príncipe Darma é, em grande medida, bizarra. Adormeceu enquanto mediatava e quando despertou, inconformado com o facto de ter entregue o seu espírito ao mundo dos sonhos, arrancou as pálpebras e atirou-as ao jardim. Diz-se que criaram raízes, dando, mais tarde, origem a duas plantas, cujas propriedades são manter alerta e vigilante o espírito dos mortais.
Presente em todas as culturas orientais, o chá continua a ser tomado como parte de um ritual. O seu consumo enquanto bebida social data, pelo menos, da época da dinastia Tang. Os primeiros europeus a contactar com o chá foram os Portugueses que chegaram ao Japão em 1560. O uso do chá em Inglaterra é atribuído a Catarina de Bragança, filha de D. João I, e pode ser situado temporalmente por volta de 1660. Entre os seus dotes, a princesa portuguesa, que veio a casar com Carlos II de Inglaterra, levou uma arca cheia de chás da China, instituindo o seu consumo na corte, através de Tea parties.
Inicialmente apreciado pelas mulheres, o chá rapidamente se tornou também do agrado masculino. Era bebido em cafés e o seu consumo foi crescendo desde o final do século XVII, sendo bebido a qualquer hora do dia até o início do século XIX, quando a tradicão chá da tarde (five o'clock tea) foi instituída pela sétima Duquesa de Bedford, em Londres.
No século XVII, a Inglaterra trouxe, então, para a Europa os chás da China, motivada, segundo alguns estudiosos, pela escassez do café no mercado mundial. Nesta época, o chá era usado apenas como bebida aromática, os seus efeitos terapêuticos ainda não eram conhecidos e apenas as classes mais altas da sociedade tinham acesso a ela, devido ao seu elevado valor. No século XVIII, devido a diminuição de impostos e ao aumento das regiões produtoras de chá em todo o mundo, tornou-se um produto barato e acessível às classes mais baixas da população. Rapidamente a sua popularidade se fez notar.
Desde a descoberta do chá como bebida aromática até os dias de hoje, muitos estudos foram feitos para comprovar as suas propriedades farmacológicas. Os índios deram um enorme contributo para os estudos sobre os chás, devido ao seu vasto conhecimento sobre plantas e ervas, que eram e são usadas ainda hoje, na medicina indígena. Há infusões de plantas que têm uma acção calmante, outras diurética, outras ainda digestiva. Sendo o único alimento sem contra-indicações para pessoas saudáveis, o chá contém flavonóides, que agem como antioxidantes – e vários estudos mostram que estes componentes podem ajudar a prevenir o aparecimento de várias doenças. Recentes pesquisas mostraram uma associação entre o consumo de chá e uma redução do risco de doenças do coração. Por outro lado, algumas descobertas sugerem que a ingestão de chá tem um papel importante na prevenção de várias formas de cancro.
O chá contém ainda cafeína, um estimulante activo e habitual causador de bem-estar, embora a infusão de chá verde ou preto contenha menos cafeína do que o café. Note-se, no entanto, que se consumirmos elevadas doses de chá com cafeína por dia, podemos vir a ter sintomas como irritabilidade, insónia, palpitação cardíaca ou tonturas – no fundo, como em tantos outros casos, é no meio que se encontra a virtude.

Texto: Joana Clara