Na Capa - Lady Gaga


Lady Gaga é já um nome bastante reconhecido no mundo da pop. Foi com o tema "Just Dance" que a cantora se deu a conhecer ao mundo. Aparentemente Gaga gosta de ter as atenções focadas na sua pessoa, envolvendo-se em escândalos e atirando pedras a outros artistas, como é o caso da outra recém diva da pop Katy Perry. O mais recente boato que artista lançou foi afirmar-se como hermafrodita (possuí tanto um orgão sexual feminino como o masculino). Nesta entrevista Lady Gaga revela que conhece as jovens Hilton, explica a origem do seu nome artístico e ainda comenta músicas suas, bem como alguns nomes do panorama musical internacional. Simplesmente imperdível e é algo que poderão confirmar de seguida.

Depois de ouvir a tua música, não quero começar esta entrevista de forma normal. Vou dizer-te uma lista de nomes e tens de me dizer qual o impacto que eles têm na tua vida. Deixa-me começar pelas Pussycat Dolls.
Bem sabes, eu adoro uma rapariga em roupa interior, primeiro que tudo. Depois, tenho composto para elas, por isso a Nicole Scherzinger tem estado na minha cabeça provavelmente há 3 meses. Há algo que é muito humilde em escrever para um grupo cheio de energia como esse. Provavelmente a maior influência que elas tiveram em mim foi querer-me tornar uma melhor compositora para elas.

Isso é fantástico. E quanto ao Akon?
O Akon é um talentoso escritor de canções para se trabalhar. As suas melodias são simplesmente doidas. É engraçado, penso muito nele quando estou a fazer as minhas melodias porque ele é tão simplese tem sido fantástico. Ele coloca-me com os pés bem assentes no chão mas também me coloca em disco de platina, o que é sempre muito bom. Por isso tem sido uma grande influência. É como se de cada vez que trabalhas com alguém melhor que como tu, tornas-te ainda melhor.

Muito bom. E os Scissor Sisters?
Oh, eu adoro-os, não consigo respirar. Lembro-me da primeira vez que os ouvi, foi na rádio, e fiquei tipo, ‘mas que raio é isto?' São uma grande influência. Adoro o disco, as suas roupas, e eles preocupam-se realmente com as suas actuações. Conceptualmente acho que eles são realmente espertos
na sua aproximação. Também sou uma grande fã de Elton John, e tu podes ouvir essa influência em cada música deles, por isso adoro-os. Eles são grandes – pensei realmente neles quando fiz a "Dirty Rich." Pode-se definitivamente ouvir isso.
E no que toca ao Red One?
O Red One é como o coração e a alma do meu universo. Conheço-o e ele completamente, envolveu os seus braços em torno do meu talento, e foi como se tivéssemos de trabalhar juntos. Ele foi um pioneiro para a “House Of Gaga” e a sua influência em mim foi tremenda. Não podia ter feito isto sem ele. Ele ensinou-me à sua maneira – emsmo não sendo um compositor, é um produtor – ensinou-me como ser uma melhor compositor, porque tinha começado a pensar nas melodias de uma forma diferente.

Então e conta-nos de onde vem o nome de Lady Gaga?
Da música dos Queen "Radio Ga-Ga."

Tu inventas todo o tipo de palavras. Fala-nos da palavra retrossexual.
Retrossexual – saí-me com essa à imenso tempo. Eu e o meu companheiro Tom fomos um dia ao estúdio e estávamos a falar dos metrossexuais, porque ele tinha comprado um par de botas e eu disse 'Essas são muito metrossexuais.' E ele ficou tipo ‘Não sei, acho que são um bocado retro.' E eu disse 'Então és retrossexual.' Foi tipo uma piada. E comecei a pensar nisso – sou obcecada com todas as coisas retro, os anos 70 e 80. Não sei, essa palavra simplesmente saiu um dia da minha boca, e ficou presa a mim. Costumo fazer isso – se inventor termos, eles tornam-se o centro dos meus projectos ou das minhas gravações.

Muito engraçado. Como foi filmar o vídeo do "Just Dance?"
Oh foi tão divertido, tão fantástico. Para mim foi como estar numa produção do Martin Scorsese. Estive tanto tempo com um orçamento tão baixo, e para ter este incrível vídeo fui muito humilde. Foi muito divertido, mas vais ver se algum dia se entrares numa gravação de um vídeo meu – sou muito reservada nestas coisas, não falo com toda a gente. Não sou como a rapariga da festa a correr de um lado para o outro. Poderei parecer um bocadinho como uma diva. Resolvo-me comigo, pela minha cabeça preocupando-me com as minhas roupas, e se os extras estão bem, e as localizações. Não me mostro para as coisas, tu sabes. Esse vídeo foi uma ideia minha. Foi o Molina, o director, quem quis fazer algo, para ter o ar de actuação artística que era totalmente pop contudo ainda era comercial, mas isso soava a estilo de vida. Foram todas essas coisas, adorei.


Ouvi-te dizer uma frase que adorei, e adoraria que a explicasses – tu 'fazes música para o vestido.'
Sim, totalmente. Quer dizer que não faço as músicas e depois imagino como o video irá ficar. Escrevo tudo ao mesmo tempo para ter uma visão completa, a música e o visual, a maneira como vou estar em palco. É algo que para mim vem tudo de uma só vez. Por isso quando digo que faço música para o vestido, o vestido é uma metáfora para 'eu faço a música para tudo,' para a visão da performance inteira.

Qual a história por detrás da música “Paparazzi”? É que têm havido algumas intepretações dessa música…
Estou muito feliz que hajam diferentes interpretações dessa música, era essa a ideia. A música é sobre algumas coisas diferentes – é sobre as minhas batalhas, quererei a fama ou quererei o amor? É também sobre namorar os paparazzi para que eles se apaixonem por mim. É sobre a prostituição jornalistíca. É uma canção de amor para as câmaras, mas é também um canção romântica sobre fama ou amor – poderás ter ambos, ou limitares-te-á somente a um deles?

Li num sítio qualquer que andaste na escola com as irmãs Hilton.
É verdade.

Tiveram alguma influencia em ti?
Ela são muito bonitas, e muito limpas. Muito, muito limpas. Sabes, nunca vi a Paris, ela é mais velha que eu, e é engraçado que a imprensa sempre disse que andei na escola com as irmãs Hilton, quando na verdade só andei com a Nicky. A Paris, acredito, abandonou e foi para Dwight. Mas é impressionante ser assim tão perfeitas a toda a hora estas raparigas. Fui sempre uma rapariga estranha na escola, que fez teatro e que foi para as aulas com montes de batôn vermelho, ou com o cabelo perfeitamente encaracolado ou outra coisa qualquer que chamasse a atenção. É engraçado como elas estavam lá quase sempre para me prevenir, porque muito do que eu faço agora foi para tentar misturar o meu mundo na comunidade comercial. Por isso creio que elas tiveram uma pequena influência em mim. Não elas em particular, mas a ideia de artista auto-proclamada.

Fazes música de dança, mas estás mais ligada a artista hip hop. Tem existido um enorme conflito entre música de dança e hip hop.
Correcto.

Como fazes a ponte entre os dois?
Oh, na verdade não me considero uma artista de música de dança. Penso que faço a ponte entre a fenda de diversas formas e é mais a partir de uma música conceptual, juntando as batidas de dança. Juntar batidas de dança retro com mais música urbana e uma certa quantidade pop.


Qual a história por detrás de "Dirty Rich?" Adoro essa música.
Estava a tomar uma grande quantidade de drogas quando compus a "Dirty Rich." Foi há cerca de 2 anos atrás, e é sobre algumas coisas. Primeiro e acima de tudo a música é sobre – onde quer que estejas ou vivas – podes autoproclamar esta fama inerente baseada no teu estilo pessoal, e as tuas opiniões sobre a arte e o mundo, apesar de teres consciência disso. Mas é também sobre como no Lower East Side, havia montes de miúdos ricos que tom
aram drogas e que disseram que eram artistas muito pobres. “Paizinho peço desculpa, muitas, muitas desculpas, sim, só gostamos de festas.” Costumava ouvir os meus amigos ao telefone com os pais, a pedirem-lhes dinheiro antes de irem comprar droga. Por isso este foi um period interessante para mim, mas foi engraçado o que saiu dessa música – porque é sobre muitas coisas – mas ultimamente o que quero que as pessoas de lá retirem é “Bang Bang”. Não interessa quem és, ou de onde vens, podes sentir-te bonito e ordinariamente rico.

Vi algumas imagens da tua actuação no Lollapalooza. Como foi actuar aí?
Foi uma rajada de vento. Quer dizer, foi um pouco angustiante; tivemos imensas dificuldades técnicas no palco. Não foi este o tipo de actuação que eu escolhi para relembrar tão carinhosamente. Mas de entre tudo, foi o mar de hippies e o efeito que tiveram quando viram algo que não estavam a contar de ver. Na verdade espero incorporar algumas coisas no espectáculo que captuaram as reacções e a equipa. Irão ver mais disso no futuro.

OK. Lady Gaga, o que gostarias de dizer aos teus fãs que andam por aí?
Queria só agradecer, adoro-vos, agradeço muito o apoio que me têm dado. Vocês ouvintes, os que encontraram em primeiro lugar são, creio, o futuro dos grandes apreciadores de arte. Porque se alguém me encontrou agora está neste momento a agarrar-se às ideias que eu tenho, mais que tudo. É sobre música mas também sobre história. Por isso obrigado a vocês por amarem e lerem a história e por entrarem nela.


Entrevista de: DJ Ron Slomowicz
Tradução de: Fábio Esteves

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