Som ao Máximo - Novas Promessas da Música Nacional

OqueStrada, Cacique 97 e Virgem Suta são 3 bandas que andam nas bocas do mundo e pelos melhores motivos. Para além de serem projectos ainda no inicío de uma promissora carreira, estas bandas conquistam ao longo dos tempos cada vez uma maior legião de fãs. Nestes 3 nomes há fado gingão, funk e afrobeat e ainda canções de intervenção com um toque de música pop.
Comecemos por falar nos OqueStrada (ao lado), cuja equipa conta com 5 membros: Miranda (a voz que entoa e canta as letras do grupo), João Lima (guitarra portuguesa), Pablo (contrabaixo), Donatello Brida (acordeão) e Zeto Feijão (guitarra e voz). Os OqueStrada vêm da margem sul do Tejo, Almada, e deixam-se marcar pelo seu fado ao estilo Deolinda, contudo, existem diferenças que não passam despercebidas. Se por um lado nos Deolinda apenas nos deparamos com a imagem de Ana Bacalhau a cantar e mais uns instrumentos de corda a fazer acordes e pouco mais, na banda de Miranda deparamo-nos com uma orquestração fantástica à qual se juntam ainda por vezes mais instrumentos como por exemplo a trompete na sua faixa mais conhecida "Oxalá Te Veja". Para conhecer e ouvir mais de OqueStrada basta ir até ao endereço www.myspace.com/oquestrada.
Bem diferentes na sonoridade são os Cacique 97, a banda de Milton Gulli (voz e guitarra), João Gomes (teclados), Marcos Alves (percussão), Marisa Gulli (voz e percussão), Tiago Romão (bateria), José Lencastre (saxofone), Vinicius de Magalhães (trombone), Francisco Rebelo (baixo) e João Cabrita (saxofone). Se o instrumentário utilizado parece demasiado excessivo, a sonoridade em contrapartida soa simples e descontraído. Provenientes de Lisboa, Cacique 97 é a banda sonora ideal para quem procura relaxar ao som de grande música e, ainda por cima, com talento nacional. Cacique 97 soa a Cool Hipnoise e Phillarmonic Weed. Exemplo dessas influências espelham-se no single "Eu Quero Tudo". A banda conta com músicas em português, inglês, mandinga da Guiné-Bissau, chuabo de Moçambique e crioulo de Cabo Verde, fazendo as suas sonoridades alcançarem também o continente onde têm grandes raízes: África. Para mais informação e ouvir um bocado das suas canções basta irem até www.myspace.com/cacique97.
Por último, mas sem dúvida alguma, não menos importantes, chegam-nos os Virgem Suta (ao lado) directamente de Beja. Ao contrário das outras 2 bandas, os Virgem Suta contam apenas com 2 elementos na sua equipa: Jorge Benvinda (voz, guitarra e melódica) e Nuno Figueiredo (guitarras e coros). Aqui podemos relembrar talvez um pouco as melodias ao estilo de António Variações e letras ao estilo Zeca Afonso. Nuno Figueiredo mesmo afirma: "São de facto as nossas influências mais claras. Eu tenho o lado mais pop da música popular portuguesa e o Jorge vai buscar a raiz do músico de intervenção." O primeiro grande concerto da banda deu-se no passado dia 9 de Agosto no Festival do Sudoeste e para começar a escutar os Virgem Suta devem dirigir-se a www.myspace.com/virgemsuta.
E que continue assim por muito mais tempo a música portuguesa, investindo na qualidade e no futuro, brindando-nos com bandas com estas 3 que atrás foram referidas.

Texto de: Fábio Esteves

6 comentários:

Helena disse...

As comparações dos Orquestrada com a Deolinda são ridículas. Ao contrário do que dizes, Deolinda é muito melhor musicalmente do que essas bandas que nomeias... Não percebes nada de Música nem de arranjos, meu caro!

FHAE disse...

Cara Helena,

no artigo acima apresentado não retirámos o mérito nem valor aos Deolinda. A única coisa em que pegámos foi simplesmente no facto de OqueStrada possuírem um nível de instrumentação superior. Senão diga-me uma música de Deolinda onde não se ouça apenas guitarra ou contrabaixo. Se conhecer ansíamos por ouvir.

Helena disse...

Caro Fábio,
Esse contra-argumento é muito fraquinho para mim :)
São os instrumentos que possuem e é a forma como utilizam esses instrumentos que lhes dá reconhecido valor e os torna originais. A quantidade de instrumentos numa banda não é sinónimo de qualidade. Oquest. é o exemplo perfeito de uma banda com potencial, mas que peca por fazerem pouco com os muitos instrumentos que têm. Tudo é demasia e pouco há de cuidado e subtileza. Basta atentar na forma como a guitarra portuguesa é tocada para perceber do tipo de "qualidade" que estamos a falar. Qualidade é o que reconheço de sobra nos Deolinda, não só pelos arranjos, como pela construção das canções, os textos cantados e a interpretação e voz da cantora, que num todo são do melhor que a música portuguesa já nos presenteou. Não há comparação entre as duas bandas e basta um pouco de atenção para se perceber isso. Apraz-me ver a alusão que fazes aos Suta que são sem dúvida um grande projecto de música, bem concebido e algo mais do que folclore pseudo pimba e mariachi manhoso. Escrever sobre música é como tocá-la, não convém dar acordes ao lado porque assim tudo soa desafinado e o público não gosta...
Gosto da vossa publicação, a sério que gosto! Não escrevam é disparates! :(

FHAE disse...

Cara Helena,
Agradecemos desde já o seu interesse pela publicação e em partilhar a sua opinião connosco através de comentário. É preciso ver também que somos um projecto ainda no inicío. É normal que os artigos nesta primeira fase não tenham saído grande coisa devido ao experiencialismo. Relativamente ao artigo tudo bem que a comparação não tenha sido bem explicada, mas a intenção era fornecer aos nossos leitores uma base para conhecer o projecto em questão e para suscitar curiosidade. Na política existem pessoas que gostam mais da esquerda e outras da direita. Na música acaba por ser um pouco assim: há quem goste mais de uma sonoridade e outros de outra. Para uma pessoa o que soa mal pode soar muito melhor a outra. Portanto há quem goste mais de Deolinda e há quem goste mais OqueStrada. E agora falando por mim adoro os 2 projectos em pé de igualdade, embora, confesso, possa não transparecer isso no meu artigo. De qualquer modo há que promover boa música nacional. O próximo artigo de música não estará a meu cargo mas no terceiro espero conseguir surpreendê-la pela positiva. ;)

Helena disse...

Obrigado Fábio,
Seguirei atentamente os passos da vossa revista!
Conto sempre com a vossa superação ;)

Anónimo disse...

Caro Fábio,

Com todo o respeito, comparar Deolinda com OqueStrada é como comparar filet mignon com um bitoque. OqueStrada é mal tocado, rudimentar e pouco original. Deolinda é requintado, cuidadoso e um brilhante exemplo de portugalidade e de utilização da nossa língua. Não é o número de instrumentos que confere riqueza aos arranjos e à orquestração. Deolinda é revolucionário. OqueStrada é pobrezinho e tem uma cantora extremamente mal criada.

Boa sorte para o projecto mas mais rigor em próximos artigos!

Cumprimentos

Pedro Ferreira

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